糵promove o 1º Dia do Leite em Nossa Senhora da ұó
O campus ұó do Instituto Federal de Sergipe (IFS) recebeu, na quinta-feira, 18, o 1º Dia do Leite, evento promovido por professores da Coordenadoria de Laticínios. Com foco no tema "Produção de Leite e Derivados: Tradição, Exigências e Tendências", convidados se reuniram numa mesa-redonda para promover discussões que prenderam a atenção da plateia. Controle de qualidade, modo de produção, riscos de contaminação e intervenções legislativas foram alguns dos tópicos abordados.
A professora Silvânia Ladeira, servidora do campus Batalha do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e uma das componentes da mesa-redonda, alertou sobre o uso do leite "cru" na produção de laticínios – especialmente na produção artesanal –, assunto considerado polêmico no mercado leiteiro. O leite cru é aquele leite extraído das vacas, ovelhas e cabras que não foi pasteurizado para matar bactérias nocivas, prejudiciais à saúde.
Para Silvânia, a fiscalização precisa melhorar. "Existem poucos fiscais. O Brasil é um país de um território imenso. Existem em torno de 900 analistas para o Brasil todo. Isso é muito pouco. A quantidade de produtos que é realmente fiscalizada é muito pequena", expôs.
Mediada pela professora Simone Talma, do campus ұó, a mesa-redonda também foi composta pelo professor João Batista Barbosa, do campus ұó, pelo supervisor de qualidade Francisco Daniel e pelo gerente de produção Yuri Tavares, ambos funcionários de uma empresa local do ramo de laticínios.
Um olhar especial sobre a realidade local
A mesa-redonda fez importante reflexão sobre as práticas produtivas no mercado da região, empolgando a participação da plateia. Quanto mais se abordava a realidade produtiva, mais se notava a riqueza do debate que se fazia. De maneira especial, os pequenos produtores foram lembrados. Envolvidos no diálogo, estudantes do Instituto citaram projetos do 糵que pretendem levar para os produtores do mercado leiteiro orientações fundamentais sobre exigências legislativas e cuidados sanitários, dois dos pontos que mais preocupam.
O diretor geral do campus ұó, professor Erasto Gama, aposta na contribuição do Instituto Federal de Sergipe para modificar alguns hábitos de produtores da região que desobedecem recomendações normativas e desconhecem evidências científicas. No entanto, ele admite que essa é uma missão difícil, que requer paciência. "Eu acho que as expectativas são boas para essa região da bacia leiteira. Mas tradição é tradição. A gente não consegue mudar do dia para a noite. A gente só consegue mudar com o tempo, com conhecimento e respeito. Nós temos a capacidade, num longo prazo, de mudar opinião, de mudar conceito, de mudar perspectiva", defende.
Para Erasto, os alunos formados no campus ұó do Instituto atuarão como verdadeiros protagonistas nessa transformação. "Vocês, alunos, que estão em formação, os já formados, terão impacto grande nisso. Grande, quando se colocarem no mercado de trabalho; grande, quando forem atuar nas linhas de produção, quando forem atuar na comercialização de produtos. A resposta que nós precisamos dar é de mudança de aspectos culturais. E isso a gente não consegue sozinho. E a gente não consegue só dando informação técnica. O resultado disso a gente só vai conseguir ver daqui a alguns anos", reflete o diretor.
No fim do evento, houve sorteio de livros e de um conjunto de materiais escolares, seguido de um milk-brake com uma mesa recheada de produtos derivados do leite.
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