Ressignificar o lixo para transformar a sociedade é missão do CompostIFS
Projeto ensina sobre produção de adubo orgânico e composteiras domésticas para catadores de âԳ
Ressignificar o lixo para transformar a sociedade. É com essa missão que o projeto de extensão Compost糵vem envolvendo a comunidade do Instituto Federal de Sergipe – Campus âԳ e buscando parcerias para implementar ações sustentáveis, conscientizadoras e transformadoras. Os resultados já começam a aparecer. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, em um ano foram coletados 120 kg de resíduos orgânicos e implantados dois pontos de coleta convertidos em 17 kg de adubo sólido e 130 litros de adubo líquido.
Na última terça, dia 23, os alunos e a coordenadora do projeto, professora Aline de Jesus Sá, realizaram o minicurso Produção de Adubo Orgânico e a oficina Composteiras Domésticas para os catadores da Cooperativa de Reciclagem de âԳ (Coopere). A capacitação teve o objetivo de mobilizar estudantes e professores do 糵em ações de colaboração para ensinar técnicas de ressignificação do lixo, com ênfase no empreendedorismo sustentável. A ideia é capacitar outros públicos, como a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema).
Aline Sá reforça a importância de dar um destino útil e até mesmo lucrativo para o que jogamos fora, já que materiais inorgânicos e orgânicos podem ser transformados numa infinidade de produtos que renovam o ciclo da vida: arte, sabão, móveis, decoração, utensílios domésticos, adubos, biofertilizantes etc.. “Lixo é matéria-prima fora do lugar e a coleta seletiva é uma responsabilidade de todos nós. Temos que replicar práticas sustentáveis em casa, na escola, no trabalho, na vizinhança, em todos os lugares possíveis”, lembrou.
Novos conhecimentos
Os catadores da Coopere aprovaram a iniciativa e pretendem colocar em prática o aprendizado adquirido no IFS. “Fiquei feliz com o que aprendi aqui, achei tudo muito interessante, principalmente como fazer mudas com rolinhos de papel higiênico, bandeja e casca de ovos e como usar as cascas de frutas e verduras para adubar. Adoro plantas. Não posso ver um galhinho na rua que levo para casa para plantar”, afirmou Joana Modesto, a dona Filó, 62 anos, 25 dos quais dedicados ao trabalho nos lixões.
A oportunidade de contribuir com a sociedade e trocar conhecimentos é o que mais motiva os alunos a participar do projeto e realizar as oficinas. “Eu gosto muito de poder mostrar como cultivar sementes de plantas em casca de ovo, rolo de papel higiênico, filtro de papel e depois usar essas sementes para produzir pimentão e tomate, por exemplo. Dessa forma, eu ajudo a conscientizar as pessoas e a construir um mundo melhor”, contou Letycia Vidal, 16 anos, do curso de Edificações.
Sobre a cooperativa
Com apenas dois anos de existência, a Cooperativa de Reciclagem de âԳ já coletou mais de 400 toneladas de lixo e possibilitou que trabalhadores saíssem dos lixões para conquistar direitos e prover o sustento das suas famílias com dignidade. A Coopere conta com o apoio da Prefeitura Municipal, do comércio e da indústria local. Além disso, é parceira do 糵– Campus âԳ, que doa materiais recicláveis, realiza cursos, oficinas e ações conjuntas.
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