Pesquisadores do Campus âԳ desenvolvem concreto sustentável
Estudo atendeu demanda do mercado por fontes alternativas de matérias-primas mais leves, baratas e menos poluentes
Por Carole Ferreira da Cruz
Pesquisadores do curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus âԳ desenvolveram um concreto sustentável, econômico, de excelente qualidade e mais leve que os convencionais usados no mercado, o que facilita as etapas de manuseio e transporte durante a execução da obra. A pesquisa teve como base o aproveitamento dos resíduos provenientes da indústria do corte do granito, que geram uma grande quantidade de material poluente descartado, na maioria das vezes, de maneira irregular no meio ambiente.
O estudo foi motivado pela necessidade das empresas produtoras de peças de concreto pré-moldado (placas, tampa para bueiro, caixa de ar condicionado, paredes etc) por matérias-primas alternativas menos poluentes e mais leves, o que impacta diretamente no dimensionamento da infraestrutura da obra. Para tanto, foi feita a opção de usar o agregado leve de argila expandida, que apresentou melhorias relacionadas à questão do manuseio, transporte e economia na etapa de infraestrutura.
O esforço dos pesquisadores atendeu uma demanda não só do mercado de construção, mas de toda a sociedade que tem como preocupação crescente a questão ambiental. “O setor da construção civil, preocupado com a sustentabilidade, vem desenvolvendo pesquisas destinadas à criação de fontes alternativas de matérias-primas e uma delas é a reutilização dos resíduos de beneficiamento das rochas ornamentais, especialmente o granito, em matrizes cimentícias”, explicou a professora Vanessa Gentil de Oliveira Almeida.
Impacto ambiental
Para se ter uma ideia do impacto ambiental dessa atividade, o processo de corte, serragem e polimento dos resíduos da indústria de rochas ornamentais gera uma lama altamente prejudicial ao meio ambiente que, quando descartada diretamente nos rios, pode ocasionar assoreamento, poluição de todo o lençol freático e prejuízos à saúde humana. A secagem dessa lama resulta num pó usado, durante o estudo, para substituir a areia na produção de um concreto sustentável de ótima qualidade e propriedades, que atendeu as prescrições normativas.
A pesquisa de Vanessa Gentil, realizada em parceria com os professores Herbet Alves de Oliveira e Fernanda Martins Cavalcante de Melo, conjuntamente com a egressa do curso de Engenharia Civil do Campus âԳ, Hayala Karoline Santos Rodrigues, será publicada na Revista Matéria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), classificada como Qualis B2 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A previsão é que o artigo seja veiculado entre os meses de fevereiro e março deste ano.
Ao longo do curso, Hayala Karoline Rodrigues sempre se identificou com as áreas de pesquisa e de meio ambiente. “Desenvolver um material que pudesse reduzir os impactos ambientais, aumentar a viabilidade econômica e promover uma qualidade de vida melhor para as gerações, não só futuras como as atuais também, foi muito gratificante. Apesar de ser um setor resistente a mudanças, a população em geral busca cada vez mais informações e um consumo mais sustentável”, destacou.
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