Primeira estação de meteoros de SE entra em operação no Campus âԳ
A unidade funciona com o suporte de uma câmera de vigilância adaptada e uma lente especial para monitorar o céu
Está em pleno funcionamento no Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus âԳ a primeira estação de monitoramento de meteoros do estado. A unidade funciona 24 horas por dia com o suporte de uma câmera de vigilância adaptada e uma lente especial para monitorar o céu noturno e é alimentada por meio de energia solar. A maior parte dos registros até agora foi de meteoritos que se destruíram na atmosfera.
Qualquer bola de fogo, flash luminoso ou objeto incandescente – os chamados bólidos - pode ser captado pela câmera, que registra, a partir de um software, as informações no computador da estação. Depois de registrado, é possível verificar a sua trajetória (se caiu, onde está localizado ou se entrou em combustão), assim como a incidência de meteoros no céu do estado.
A iniciativa faz parte das atividades do projeto AstroIFS, que surgiu em março de 2015 com o objetivo de difundir a astronomia no município de âԳ e inserir a comunidade acadêmica em atividades de pesquisa e extensão. O projeto inclui observações astronômicas, oficinas (construção de foguetes e planisférios, montagem de lunetas e de sistemas solares em 3D etc.), palestras, visitas técnicas e abrange a rede municipal de ensino.
Segundo o idealizador do AstroIFS, o assistente de aluno e geógrafo Guthierre Ferreira, a montagem da estação mobilizou uma rede de apoio do campus formada por 12 estudantes, técnicos de laboratórios, professores e o pessoal da área de manutenção. O sistema de abastecimento de energia foi desenvolvido pela equipe do projeto 糵Solar, coordenado pelo professor Roberto Macena. A unidade é operada com o auxílio de três alunos, sendo um bolsista e dois voluntários.
De acordo com Ferreira, a ideia é fazer uma triangulação da estação de Sergipe com a de Alagoas para ampliar as possibilidades de identificação dos bólidos que, apesar de terem entrado na atmosfera local, acabam caindo no estado vizinho. A unidade de âԳ conta com o suporte técnico da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon): uma organização aberta e sem fins lucrativos, mantida por voluntários para produzir e fornecer dados científicos através da análise das capturas no céu noturno.
Para o estudante Paulo Felipe Carvalho dos Santos, 16 anos, do curso integrado de Eletrotécnica, monitorar os bólidos tem sido uma experiência única. “Duas vezes por semana a gente analisa as imagens. As dos falsos positivos são descartadas e as dos meteoros, selecionadas. Fazemos cálculos por meio de um software e conseguimos ter uma noção por onde eles passaram e onde caíram. É um trabalho muito interessante e, além disso, aprendemos muito sobre física e matemática”, afirmou.
Atualmente existem 31 estações no país, das quais apenas sete estão no nordeste. No Brasil essa atividade ainda é incipiente e pouco eficiente. A maior parte da rede de monitoramento de meteoros se encontra no hemisfério norte, que serve de modelo para o resto do mundo. “A recuperação desse material é importante porque possibilita saber informações sobre a formação do universo e do sistema solar”, destacou Ferreira.
Sobre o AstroIFS
O Astro糵entrou numa nova fase este ano com a prospecção de R$ 10 mil após a aprovação em dois editais (Pibex e Pptae), que possibilitaram a compra de três telescópios, sendo um eletrônico; binóculos; uma câmara digital; e aparelhos para a montagem de duas estações de monitoramento de meteoros. A próxima será implantada no Campus Aracaju e atuará de forma coordenada com a unidade de âԳ.
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