Desafio: pilhas frutíferas mobiliza alunos do Campus âԳ
Competição oportunizou conectar teoria eletroquímica a prática de circuitos elétricos para construção de pilhas usando frutas
Por Carole Ferreira da Cruz
O Desafio: pilhas frutíferas mobilizou os alunos dos terceiros anos dos cursos técnicos integrados do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus âԳ e promoveu ricos momentos de aprendizado, troca de conhecimentos, integração e muita diversão. A competição envolveu a construção de pilhas utilizando frutas como componentes básicos e oportunizou conectar a teoria de eletroquímica com a prática de circuitos elétricos, de forma criativa e envolvente.
A atividade incluiu aula integrada de física, química e eletricidade com exposição de conteúdos programáticos vinculados ao currículo dos cursos de Eletrotécnica, Sistema de Energias Renováveis e Edificações, oficinas experimentais sobre circuitos elétricos, reações redox (processos químicos que envolvem troca de elétrons) e geradores de eletricidade, além de competição interclasse com 18 equipes para construção dos protótipos das pilhas frutíferas.
A elaboração do projeto interdisciplinar nasceu da seguinte questão: como desenvolver soluções sustentáveis e acessíveis para a geração de energia em comunidades com recursos limitados? O uso de geradores a combustível é comum, mas traz problemas como poluição e alto custo. Por isso, foi pensada na construção de um gerador utilizando metais encontrados no cotidiano e frutas com o intuito de obter maior corrente elétrica e tensão possível por meio da montagem de circuitos em série ou em paralelo.
Para a coordenadora do projeto, professora Elaine Meneses Souza Lima, ao conectar conceitos teóricos com aplicações práticas, os alunos ganham uma compreensão mais profunda dos conteúdos estudados em sala de aula e desenvolvem competências técnicas essenciais à sua formação profissional. “O uso de frutas como componentes de pilhas eletroquímicas oferece uma maneira inovadora de gerar eletricidade, permitindo aos alunos explorar conceitos teóricos de forma aplicável”, enfatizou.
Os estudantes construíram pilhas utilizando limões, laranjas e maçãs como eletrolitos e diversos materiais condutores como eletrodos, a exemplo de cobre e zinco. A construção foi acompanhada pela medição da corrente elétrica gerada e pela análise da eficiência dos diferentes tipos de frutas. As equipes foram incentivadas a experimentar e ajustar os protótipos para melhorar o desempenho, a partir da análise de fatores como a combinação de materiais e a condição das frutas.
Os objetivos propostos foram alcançados, tais como: compreender os princípios básicos de eletroquímica, eletricidade e física na construção de pilhas e baterias alternativas; medir a eficiência e a capacidade de gerar energia para pequenos dispositivos; avaliar a viabilidade dessas pilhas no cotidiano a partir de fatores como durabilidade, custo e impacto ambiental; aplicar o conteúdo estudado para desenvolver soluções alternativas e sustentáveis de geração de energia; engajar os alunos numa atividade prática que reforça conceitos acadêmicos e os conecta com questões reais.
Entusiasmo estudantil
Os estudantes saíram entusiasmados do desafio. “Foi uma experiência incrível, sem igual, a sensação de que tudo estava correto e o nosso planejamento ocorreu super bem. A sensação foi de satisfação e de felicidade por vencer, ver as frutas gerando tensão e corrente de forma espontânea, foi algo novo para mim e diferente do que estou acostumado a ver no meu curso”, relatou Gustavo Dias Linhares Reis, 18 anos, do 3º ano de Eletrotécnica.
Seu colega de turma, Davisson José Santos de Araújo, 18 anos, ficou muito satisfeito ao aplicar os conhecimentos estudados em sala de aula. “Foi bom, consegui colocar em prática o que aprendi no meu curso. Apesar de ter dados alguns problemas, foi desafiador mas de uma maneira boa, me fez ficar acordado até tarde fazendo alguns cabos para conexões. Em resumo, gostei mesmo não tendo ganhado a competição”, destacou.
Sobre o projeto
O projeto Desafio: pilhas frutíferas existe desde 2017, mas a partir de 2022 ganhou uma nova dimensão ao incorporar à química as disciplinas de física e eletricidade. O desafio aplica os conteúdos ministrados nas disciplinas, promove o trabalho em equipe e a resolução de problemas, assim como ajuda os alunos a desenvolverem uma compreensão sólida dos princípios eletroquímicos e sua aplicação prática em sistemas eletrônicos.
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