Resíduo orgânico vira adubo natural para jardins do campus Aracaju
Técnica de vermicompostagem produzirá húmus de minhoca feito com material descartado em feira livre
Por Victoria Costa | com supervisão profissional de Marineide Bonfim (Mtb 495/SE)
O Projeto Fertiliza do Instituto Federal de Sergipe, campus Aracaju, iniciou a produção de adubo natural para a área verde da instituição, por meio da vermicompostagem, técnica que consiste na decomposição natural dos resíduos sólidos urbanos realizado por microrganismos e minhocas. As minhocas foram adquiridas da empresa parceira do projeto, a Agrovida, do empresário Nilton Lopes, que forneceu o material especialmente para fabricação do adubo sustentável.
A ideia surgiu da necessidade de conter a quantidade de resíduos orgânicos acumulados em frente ao prédio do 糵campus Aracaju, após realização da feira livre do bairro Getúlio Vargas, todas as quartas-feiras na rua de âԳ. Normalmente, após a coleta, o lixo orgânico é levado para o aterro sanitário, aumentando o volume de material no local. A partir dessa observação, a técnica de laboratório de Biologia, Érika Cristina Teixeira dos Anjos Brandão, conversou com as professoras Maria Jeanne de Lima e Jane Velma dos Santos Brito e a técnica em assuntos educacionais Irane Gonçalves, da Coordenadoria de Ciências da Natureza (CCNAT), todas biólogas de formação, e o grupo decidiu inscrever o projeto no edital 14/2019 da Pró-reitoria de Extensão (Propex), por meio do Programa 糵Sustentável.
A ação garante o destino adequado dos resíduos e promove sustentabilidade trazendo diversos benefícios para o meio ambiente já que é dado um destino adequado aos resíduos aumentando a vida útil dos aterros sanitários, diminuindo a poluição do solo e produzindo um composto orgânico de alta qualidade – o húmus de minhoca.
Érika Brandão lembra que o adubo orgânico pode ser comercializado e se transformar também em uma fonte de renda. Além disso, a vermicompostagem doméstica pode ser realizada em pequenos espaços, como em apartamentos ou canteiros e, se corretamente realizado, não produz cheiro ruim nem atrairá animais indesejados, como muitas pessoas imaginam.
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A execução da produção está no começo, pois com a pandemia de covid-19 o processo foi atrasado e foram necessárias algumas adaptações. “ Tivemos que buscar outro local para doação e coleta dos resíduos orgânicos, já que a feira livre do Getúlio Vargas foi suspensa. Conseguimos, em novembro, parceria com a Central de Abastecimento de Sergipe, por meio da Associação de Usuários do Ceasa de Aracaju, representada por Wilson Nunes e Izair Santos, presidente e gerente administrativo da ASSUCEAJU, respectivamente”, revela Érika.
As composteiras domésticas (locais onde a compostagem é feita) que ficarão no 糵campus Aracaju e as que serão doadas já estão prontas. Também está sendo construída uma estufa para armazenar as composteiras e, ao mesmo tempo, produzir novas mudas para os jardins do 糵campus Aracaju.
A equipe sorteará 20 composteiras domésticas com um kit para compostagem (substrato orgânico mais minhocas californianas). Para ganhar, é preciso seguir o perfil do Projeto Fertiliza no Instagram, @vem.e.composta_, e responder ao questionário que está na biografia (bio).
APRENDIZADO
O projeto, que é coordenado pela professora de Biologia, Maria Jeanne D’Arc Paula de Lima, também é importante para os estudantes, pois os alunos têm a oportunidade de participar de todas as fases, desde as leituras, até a parte mais prática da atividade. A ideia é que eles terminem a pesquisa mais capacitados profissionalmente e mais conscientes enquanto cidadãos.
Aluno do primeiro período do Curso superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental, José Anderson Bonfim, que é bolsista do projeto, garante que a experiência é enriquecedora. “Antes eu fazia a compostagem em vasos com planta. Pegava os resíduos e enterrava. Não coletava o chorume (líquido escuro proveniente de matérias orgânicas em putrefação) e o chão ficava manchado e o vaso às vezes encharcava. No projeto aprendi que muitos problemas podem ser resolvidos com controle de umidade e oxigênio.”, revela. Durante a pandemia, ele está produzindo adubo em casa.
Além de José Anderson, o projeto conta com a participação de dois estudantes voluntários, Emilly Christiny (integrado em Química) e Ihago Batista de Sousa (Saneamento Ambiental).
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