Desafio atrai estudantes e professores
Uma competição para criar aplicativos móveis que ajudem a solucionar problemas comunitários quer fazer com que meninas do Ensino Fundamental e/ou Médio, entre 10 e 18 anos, se interessem pela área de tecnologia. O programa Technovation Challenge está com inscrições abertas para a temporada 2016.
Em Sergipe, o desafio conta com o apoio do Projeto Mideam– Materiais Interativos Digitais para Ensinar e Aprender Matemática do Instituto Federal de Sergipe, que desenvolve atividades voltadas ao uso de tecnologias para formação de alunos e professores.
Na última sexta-feira, 04 de março, a estudante Ariane Simone Santana Silva, 16 anos, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Prof. José Antônio da Costa Melo , chegou ao Instituto Federal de Sergipe – Campus Aracaju cheia de sonhos e com um objetivo: conhecer o App Inventor, a interface utilizada para a criação de aplicativos no desafio.
Ela foi uma das participantes do workshop promovido pelo coordenador do Projeto Mideam e embaixador local da competição, professor Danilo Lemos, para apresentar os detalhes do programa global de empreendedorismo e tecnologia. A oficina, aberta para professores e alunos, foi o primeiro evento presencial, mas desde fevereiro a equipe está realizando ações na página do desafio no facebook - Sergipe Technovation Challenge 2016
A estudante chegou ao Campus Aracaju acompanhada pela mãe, a manicure Cláudia Simone Santana Silva, maior incentivadora para que a filha siga carreira em ciência da computação. “Fiquei sabendo da oficina quando assistia a um telejornal da manhã, achei interessante e falei para Ariane porque ela gosta de novas tecnologias”, conta.
Mãe de três filhos, a manicure conta que abandonou a escola na adolescência para trabalhar. “Tive que ajudar meus pais, por isso não conclui os estudos. Não quero isso para os meus filhos. Eles vão ter uma carreira para seguir”, afirma. Se depender da mãe, Ariane vai longe. “Quero que ela realize o sonho de fazer intercâmbio em diversos países. Que ela abrace as oportunidades e adquira conhecimentos”, incentiva.
Aproximar as meninas da tecnologia
O desafio é promovido pela Iridescent, uma organização norte-americana sem fins lucrativos que estimula o ensino de ciências e engenharia. Em 2013, a competição contou pela primeira vez com a participação de alunas brasileiras. Um time de meninas da cidade de Santos (SP) conseguiu chegar ao terceiro lugar do Technovation com um aplicativo que conectava voluntários e instituições de trabalho social.
Em 2015, a competição mobilizou mais de 2 mil meninas em 21 estados do Brasil. “Abraçamos o desafio e a ideia do projeto é empoderar meninas para que elas comecem a entrar no meio científico, nas áreas de Tecnologia e Engenharia”, explica professor Danilo Lemos.
No ano passado, uma equipe de meninas do Instituto Federal de Sergipe participou do desafio, e a proposta do Projeto Mideam em 2016 é recrutar maisparticipantes no 糵e em outras instituições de ensino do estado. Um grupo de professores do Núcleo de Tecnologias Educacionais (NTE) da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) atendeu ao chamado e compareceu ao workshop no Campus Aracaju.
“Temos que estar inteirados sobre as novas tecnologias para motivar o aluno a buscar o conhecimento. Se a febre do momento é o celular, vamos aproveitar a tecnologia na educação. Não podemos perder tempo”, afirma a professora da rede estadual, Maria Rosinete da Rocha, que atua no NTE.
Qualquer escola que queira realizar o workshop para seus professores e alunos pode entrar em contato com a coordenação local por meio da página do evento no Facebook Lá é possível encontrar orientações para inscrições, detalhes sobre o desafio e tutoriais.
“Somos capazes”
Em 2014, a estudante do Curso de Licenciatura em Matemática do Campus Aracaju, Dayse Anne Barbosa, ingressou no Projeto Mideam. O interesse de Dayse por tecnologia é tanto que no ano passado ela trabalhou como monitora ao lado da equipe do 糵no Technovation.
“É uma experiência gratificante e inspiradora, eu participo dando instruções de como utilizar o App Inventor e oriento como elas podem criar um aplicativo que solucione um problema real da comunidade. É um desafio que abre a mente para a questão do empreendedorismo e tecnologia, e as meninas são capazes de se engajar nesse projeto”, afirma a estudante.
As participantes irão se juntar em times para aprender a programar um aplicativo e elaborar o seu plano de negócios. Entre as lições, existem técnicas de brainstorming, análise competitiva, desenvolvimento de marca e potencial de geração de receita. Depois, as equipes submetem o protótipo desenvolvido e participam de apresentações, onde serão escolhidos os melhores projetos de cada país.
As finalistas viajam para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), onde realizam um pitch com investidores. A equipe vencedora recebe U$ 10.000 em financiamento para finalizar e lançar o aplicativo no mercado.
*Com informações do Portal Porvir
Redes Sociais