Ministério da Educação aponta fortalecimento do Programa Mulheres Mil
O Programa Mulheres Mil terá sua institucionalização fortalecida neste ano, garantiu o Ministério da Educação (MEC) após reunião realizada no dia 22 de janeiro em Brasília (DF). Para acompanhar o processo, o Governo Federal criou um Comitê Executivo que ficará responsável por traçar estratégias para intensificar a relação com as instituições demandantes e ofertantes do programa, visando à participação de todos os setores, e realizar adaptações à metodologia das atividades voltadas ao sistema prisional. Em inúmeros municípios sergipanos, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) já profissionalizou centenas de mulheres através do programa e as ajudou a se recolocarem no mercado de trabalho.
Estarão representados no comitê o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA); o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); o Ministério da Justiça (MJ); a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM); a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres no Brasil; e o Conselho das Instituições vinculadas às Universidades Federais (Condetuf). A primeira agenda presencial do comitê está prevista para março.
Mulheres de Sergipe
Um dos cursos ofertados através do Mulheres Mil pelo 糵foi o de Tecnologia do Processamento e Beneficiamento de Castanha, no Campus Itabaiana. A exploração do fruto tornou-se uma das grandes vertentes comerciais na última década no município do agreste sergipano conhecido pela extensa frota de caminhões. Em 2013, cerca de 100 mulheres que vivem no povoado do Carrilho, zona de grande produção de castanhas, receberam capacitação técnica para incrementar as suas produções e comercializá-las utilizando técnicas de marketing.
A cultura da castanha no Carrilho até hoje é uma atividade familiar. Joseilde Santana de Jesus é uma das moradoras do povoado e há 36 anos trabalha com a semente do caju. “Chego a ganhar cerca de R$ 1.200 por mês em troca da produção de cerca de 800 quilos de castanha”. Matriculada no Mulheres Mil, a produtora aprendeu técnicas de processamento e beneficiamento da semente de caju e recebeu orientação teórica em temas como associativismo, direito, cooperativismo, gestão do comércio e segurança do trabalho.
O módulo voltado à capacitação profissional foi o que mais chamou a atenção de Joseilde. “Nessa etapa do curso, aprendi em uma cozinha industrial diversas possibilidades culinárias a partir da castanha”, explica Joseilde, lembrando com entusiasmo que criou até um cupcake. “Além de ter ficado com um sabor maravilhoso, foi uma possibilidade de criar um produto em alta em cima do trabalho com a semente”, conta. Os ensinamentos sobre a transformação da castanha em estado bruto em produtos comercializáveis foi um dos objetivos alcançados pelo curso, mas legado da capacitação feita pelo Mulheres Mil, sem dúvida, foi o de levar novamente à sala de aula pessoas que ainda tinham vontade de aprender e de modificar as suas realidades. E o melhor de tudo: o programa está de volta!
Assista ao vídeo produzido sobre o projeto Mulheres Mil no 糵- Campus Lagarto
Matéria originalmente publicada na edição de fevereiro do jornal A PRÉVIA
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