Líder quilombola de Sergipe participará de evento internacional em Genebra
Aluna do Instituto Federal de Sergipe (IFS) participará da 88ª Sessão da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW)
Maria do Carmo Ribeiro de Jesus, conhecida como Karmem, está prestes a viver uma experiência transformadora. Aluna do Programa Mulheres Mil do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e liderança ativa no território quilombola Forras, em Riachão do Dantas, ela se prepara para sua primeira viagem à Europa. Aos 32 anos, Karmem embarcará para Genebra, Suíça, onde participará da 88ª Sessão da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), que acontecerá de 13 a 31 de maio no Palácio das Nações.
Karmem, natural da comunidade Sítio Hilha, é uma voz ativa em sua comunidade. Além de estudante, ela é membra do coletivo de mulheres e do coletivo da juventude quilombola da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Sua atuação se estende ao conselho municipal de saúde e à coordenadoria da mulher, onde luta pela inclusão e igualdade de direitos.
A participação de Karmem na CEDAW vai além da função de observadora. Ela terá a responsabilidade de apresentar a Carta da Juventude Quilombola do Brasil. O documento, elaborado coletivamente, denuncia o descaso do Estado brasileiro com a juventude afrodescendente e quilombola. “Estar em Genebra significa levar a realidade das mulheres quilombolas para um palco global. Isso demonstra para nossa comunidade, especialmente para as mulheres, que somos capazes de ocupar espaços importantes e ser agentes de mudança”, revela a aluna, que ainda destaca a importância do 糵na viabilização da experiência: “O 糵me deu a segurança e o suporte necessários para ocupar esse espaço, ajudando desde a emissão do passaporte até as orientações para a viagem. Eles foram fundamentais para acalmar minha ansiedade e garantir minha participação”.
No evento, serão apresentados e discutidos os relatórios do Brasil e de outros países, como Estônia, Kuwait, Malásia, Montenegro, República da Coreia, Ruanda e Cingapura. Para esse encontro, além da delegação do corpo político dos Estados, as Instituições Nacionais de Direitos Humanos e representações de grupos e das ONGs de mulheres vão partilhar as suas reflexões sobre o progresso rumo à igualdade de gênero nos países em análise, destacar questões preocupantes e influenciar as recomendações feitas pelo Comité CEDAW.
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