Auxílio internet e tabletes garantem inclusão digital no ensino remoto
Pró-reitor Alysson Barreto tira todas as dúvidas dos alunos sobre conectividade e acesso às aulas remotas
Por Carole Ferreira da Cruz
O desafio de incluir ganhou uma dimensão ampliada no processo de construção do Ensino Remoto Emergencial no Instituto Federal de Sergipe (IFS). Diante de um cenário marcado pelo alto percentual de alunos de baixa renda que precisavam acessar o conhecimento num formato inédito, a missão história de promover uma educação inclusiva e transformadora redobrou em importância e significado os esforços para garantir as condições necessárias ao aprendizado de milhares de jovens.
Para alcançar esse objetivo, o caminho foi possibilitar o acesso à internet e tornar a conectividade uma realidade. Desafio posto, desafio cumprido: o Auxílio Emergencial de Inclusão Digital, no valor de R$ 60 mensais, começou a ser pago este mês e já chegaram 2805 tabletes, que devem ser entregues nas próximas semanas acompanhados de máscaras e fones de ouvido. A meta é adquirir um total de 4.500 equipamentos, o que representa um investimento de mais de R$ 2 milhões.
Em meio a tantas mudanças e informações, é natural surgirem questionamentos e preocupações. Atenta às demandas dos estudantes, a equipe de reportagem do Departamento de dzܲԾçã Social (DCOM) fez um levantamento das principais perguntas que chegam diariamente por meio de mensagens envidas às mídias sociais do 糵e preparou um “tira-dúvidas” bem detalhado para tranquilizar a comunidade estudantil em clima de contagem regressiva para a volta às aulas.
Entre as questões mais recorrentes estão: como será a cessão dos tabletes e quem vai receber; quem tem direito ao auxílio inclusão digital; como ficará a situação dos que moram em área sem sinal de internet; como vai ser o processo de avaliação das aulas remotas e como ficará o calendário acadêmico; quais plataformas serão usadas para acompanhar as aulas e como serão organizados os horários das disciplinas; até quando vai durar o ensino remoto.
Na entrevista a seguir com o pró-reitor de Ensino, Alysson Santos Barreto, essas e outras dúvidas são esclarecidas de forma clara, objetiva e bem didática. Além disso, a DCOM está planejando no próximo dia 8, às 16h, uma live especial no perfil do 糵no YouTube (ifsergipe) com o pró-reitor e a reitora Ruth Sales para que os alunos perguntem diretamente tudo o que gostariam de saber sobre o Ensino Remoto Emergencial, marcado para começar no dia 14 de setembro. Boa leitura!
Equipe de Reportagem - Quais e quantos equipamentos serão distribuídos para os alunos (tabletes, smartphones, notebooks)?
Alysson Barreto - Os equipamentos que serão disponibilizados são Tabletes de 10.1 polegadas, 2Gb, com 32 Gb de armazenamento. Até o momento foram adquiridas 2.805 unidades, mas com perspectivas de novas aquisições.
ER - Os equipamentos serão dos estudantes? Em caso negativo, por quanto tempo ficarão com eles?
AB - Os equipamentos serão cedidos aos estudantes e terão que ser devolvidos posteriormente. Não há um prazo específico para devolução. O objetivo principal nesse momento é que consigamos superar a fase de pandemia da Covid-19. Entretanto, esses equipamentos fazem parte de uma ação de inclusão digital dos nossos estudantes e as orientações para devolução serão estabelecidas posteriormente. É importante que todos que sejam contemplados com o empréstimo dos tabletes tenham cuidado e zelo com o equipamento.
ER - Será aberto edital de inscrição para cessão de tablete?
AB - Sim. Estamos elaborando um regulamento que trata dessa matéria e logo logo será publicado um edital.
ER - Quem terá direito aos equipamentos distribuídos? Quem está em vulnerabilidade socioeconômica? Apenas quem é cadastrado no PRAAE?
AB - Os critérios para distribuição dos aparelhos ainda estão sendo estabelecidos. Ser assistido pelo PRAAE e a renda deverão ser os critérios principais.
ER - E quem não está cadastrado porque não houve edital, mas se enquadra na situação de vulnerabilidade?
AB - Os alunos não cadastrados no PRAAE poderão solicitar os tabletes normalmente. Como dito anteriormente, não é apenas o critério de estar no PRAAE que será considerado.
ER - O auxílio internet será para todos os alunos? Qual o valor? É para comprovar a contratação de um plano de internet?
AB - O auxílio internet será destinado a estudantes que não possuem acesso à internet por não terem um serviço de dados contratado. Para solicitar, o estudante precisará declarar que não possui pacote de dados móveis, ou serviço de internet em casa. O valor é de R$ 60,00 e quem for contemplado com o auxílio precisará comprovar que os valores pagos foram gastos com esse tipo de serviço, seja com os comprovantes de recarga para celular ou outra forma de aquisição.
ER - Se o aluno contratar um pacote por um valor menor, terá que devolver o dinheiro?
AB - O valor pago como auxílio internet deverá ser gasto com esse tipo de serviço. Caso o estudante recebe valores e não seja gasto com serviços de internet, sim, terá que devolver ao erário.
ER - Os estudantes que moram em regiões cujo sinal de internet é ruim ou ausente terão acesso a material didático impresso? Como será a avaliação desses alunos?
AB - O regulamento do ensino remoto emergencial assegurou que a instituição fará tudo o possível para garantir que todos os estudantes sejam incluídos no ensino remoto. O estudante que não tenha serviços de internet onde mora, mesmo que pela telefonia móvel, poderá receber o material impresso, ou mesmo de forma digital, salvo em um pen drive, a ser acessado com o tablete.
Para avaliação do estudante, o campus estabelecerá uma logística de entrega das atividades aos alunos e de recebimento das atividades propostas, para correção por parte do professor. As notas serão lançadas no sistema acadêmico (SIGAA) após a correção. O ideal é que esse recebimento das atividades dos primeiros 30 dias ocorra no momento em que o instituto fizer uma nova entrega de atividades para os próximos 30 dias, já que o plano de atividades de ensino remoto emergencial é mensal.
ER - Quais as definições do calendário acadêmico? O calendário será reiniciado do zero ou serão contemplados os 29 dias cursados? Haverá ajuste e o calendário ficará mais curto ou os 200 dias letivos serão cumpridos?
AB - O calendário acadêmico está em construção. Por enquanto foi definido apenas a data de início do ensino remoto para que os professores e estudantes possam se programar. Os dias letivos cursados antes da suspensão do calendário serão mantidos! É possível que fechemos o ano letivo 2020 com menos de 200 dias letivos, mas, como disse, está sendo discutido com os gestores de ensino dos campi e seus respectivos diretores gerais.
ER - O aluno acompanhará as aulas por quais plataformas?
AB - Os alunos acompanharão as aulas pelo Google Classroom (Google Sala de Aula) ou pelo SIGAA. Quem determinará a melhor plataforma será o professor, conhecendo seus estudantes e sua disciplina.
ER - O aluno que só tem acesso à Internet por meio de celular, conseguirá acompanhar a metodologia das aulas e atividades pedagógicas?
AB - A expectativa é que todos os estudantes consigam acompanhar as atividades. A forma de acesso à internet dos alunos foi motivo de pesquisa realizada por cada campus para entender a sua realidade. Esses dados foram considerados na estruturação do ensino remoto emergencial.
ER - O aluno receberá instruções pelo e-mail acadêmico?
AB - Os campi estão se organizando para um acolhimento aos estudantes. Foi orientado ainda que cada professor faça um momento de ambientação com os alunos sobre plataforma que irá utilizar. Instruções aos estudantes estão disponíveis no site do ensino remoto emergencial, que pode ser acessado em www.ifs.edu.br/ensinoremoto. Lá ele vai encontrar vídeos sobre o uso do SIGAA, do Google Sala de Aula e materiais produzidos para ajuda-los na organização dos estudos de forma remota. Existem também orientações para que as famílias possam ajudar seus filhos durante o ensino remoto.
ER - O acesso às plataformas para o ensino remoto será pelo e-mail acadêmico?
AB - O acesso à plataforma e ferramentas Google, sim, será pelo e-mail acadêmico. Já as ferramentas do SIGAA poderão ser acessadas do mesmo modo que os estudantes já acessavam a turma virtual com sua matrícula e senha.
ER - Quem não conseguiu acesso ao e-mail acadêmico, entra em contato com qual setor?
AB - Os alunos com dificuldade de acesso ao e-mail acadêmico deverão entrar em contato com a coordenação do seu curso para que eles possam tomar as providências junto aos gestores de ensino do campus e a Pró-reitoria de Ensino.
ER - Os cronogramas dos horários de aulas/atividades obedecerão aos horários das turmas, nos seus turnos específicos?
Considerando que cada campus tem se organizado para o ensino remoto e que o regulamento prevê a possibilidade de ajuste dos horários, é importante que o estudante fique atento às informações do seu respectivo campus quanto às aulas remotas.
ER - A aula on-line ficará salva para o aluno acessá-la posteriormente?
AB - A recomendação é que o professor faça a gravação da aula on-line e disponibilize o link de acesso para os estudantes.
ER – Por quanto tempo irá durar o ensino remoto e como serão as avaliações?
AB - As portarias do Ministério da Educação autorizam as atividades remotas até dezembro de 2020. Contudo precisamos continuar acompanhando a situação da pandemia do novo coronavírus em nosso estado. Ou seja, não há um prazo determinado. Por enquanto, estamos autorizados a realizar o ensino remoto até dezembro.
Em relação às avaliações, a orientação é que elas ocorram de forma processual. As atividades propostas no ensino remoto podem ter o caráter avaliativo ou não, vai depender do planejamento do docente. Lembrando que todo o planejamento está sendo acompanhado pelos gestores de ensino dos campi e suas respectivas equipes multidisciplinares.
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