Estudantes do 糵falam sobre suas expectativas para o Ensino Remoto
Confira na reportagem a seguir a diferença entre Ensino Remoto e Educação a Distância (EaD)
Por Monique de Sá
O retorno das atividades acadêmicas dos campi do Instituto Federal de Sergipe (IFS) já tem data marcada: 14 de setembro. Excepcionalmente na unidade de Itabaiana, devido ao calendário, essas aulas tiveram início em 24 de agosto. O Ensino Remoto Emergencial é uma realidade para a instituição, que ao longo dos meses se preparou com a aquisição de tablets, pagamento do Auxílio Emergencial de Inclusão Digital e investimento na formação continuada dos docentes.
Muito se fala sobre essa nova realidade de ensino. Afinal o que é Ensino Remoto? Qual a diferença entre ele e a Educação a Distância (EaD)? A pedagoga do Campus Itabaiana, Denice Batista, explica que a EaD é uma modalidade prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 com regulamentação própria e ofertada por instituições credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC), implicando na produção de material didático específico, na definição de uma plataforma onde funcionará o curso. Além disso, essa modalidade importa no cumprimento de normas para produção, controle e avaliação dos cursos ofertados.
“Por conta da pandemia, as atividades presenciais foram suspensas, como forma de preservar a vida. O Conselho Nacional de Educação (CNE) deixou a cargo das redes de ensino definirem qual a melhor forma de dar continuidade ao ano letivo de 2020. O Ensino Remoto surge como uma estratégia de ensino não presencial, mediado ou não pela tecnologia digital. Temos evidente a diferença entre Ensino Remoto e EaD. Esta se constitui como modalidade mediada pela tecnologia digital. No Ensino Remoto a tecnologia é um recurso, não é o recurso”, ressalta a pedagoga.
Denice ainda enfatiza que nessa nova modalidade de ensino-aprendizagem os desafios devem ser enfrentados não apenas pela escola e seus estudantes, mas também por sua família. “O desafio de todas as instituições que fazem a educação é cuidar para que os alunos permaneçam estudando nas condições que temos agora. Acompanhar a participação, o desenvolvimento dos alunos, estreitar ainda os laços com a família. A aula agora é em casa, por isso os pais precisam estar atentos e nós em contato permanente com eles para dar o suporte necessário”, lembra.
Com a palavra: os estudantes
Adonay Carvalho, Gleidson Rodrigues, Paulo Henrique Alves, Gabriela Cardoso e Henrique Rodrigues. Eles não se conhecem, mas têm em comum mais coisas do que possam imaginar. Os cinco entrevistados são estudantes, fazem parte do Instituto Federal de Sergipe e já estão em clima de contagem regressiva para o início das aulas remotas. A ansiedade e expectativas são grandes em torno do Ensino Remoto e o desejo dos alunos é único: a volta das atividades acadêmicas.
Filho de uma diarista, o estudante Gleidson, 18 anos, do curso de Eletromecânica do Campus Lagarto, vê nos estudos uma forma de mudar sua realidade. Vestibulando para o curso de Medicina, Gleidson utilizou a quarentena para focar nos estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), contando com a ajuda de alguns professores. Com o retorno das aulas, o jovem se mostra animado, mas, ao mesmo tempo, apreensivo com a nova rotina.
“Entendo que o 糵está tentando tornar a inclusão digital possível para seus alunos. Eu, por exemplo, não tenho um telefone muito bom e tenho colegas que não têm acesso à Internet, por isso achei incrível o auxílio conectividade e a oferta de tablets para quem não tem. Meu receio é saber o formato dessas aulas, se serão gravadas ou ao vivo, pois muitos trabalham ou ajudam seus pais em casa. É importante que o 糵avalie essas situações. Além disso, eu me questiono também sobre como ocorrerão as aulas práticas”, relata Gleidson.
Calouro do curso técnico de Química do Campus Aracaju, Paulo Henrique, 15 anos, vivenciou um mês e meio a experiência de ser aluno do instituto, antes da pandemia. Mesmo assim, o adolescente afirma que esse tempo foi suficiente para gerar um carinho pela instituição. Com a volta às aulas, o discente espera que os assuntos sejam passados de forma contínua e integrada. “Que possamos dar continuidade de onde paramos nas aulas físicas e que seja algo bom para todos. Espero que as aulas tenham muita interação entre aluno e professor, pois na minha opinião é assim que o conhecimento deve ser construído. A sensação é de ansiedade e saudades do ambiente escolar”, ressalta.
Otimismo e confiança
Adonay é estudante do 2º ano do curso técnico de Manutenção e Suporte de Informática, do 糵São Cristóvão. Assim como muitos alunos, seu desejo é que possa ser recuperado um pouco do ano letivo, através das aulas on-line. “Quando a pandemia veio, não tinha dimensão do que estava para acontecer. No decorrer do tempo, passei a me preocupar com a suspensão das aulas. Espero que possamos recuperar um pouco desse tempo e que as aulas sejam dinâmicas com a participação máxima dos alunos e com boas explicações dos professores”, diz o discente, que durante a quarentena intensificou seus estudos em cursos extras, como o de Inglês.
O otimismo faz parte também das concepções da aluna do curso técnico em Edificações, Gabriela Rodrigues, 17 anos, do Campus âԳ. Ela relata que nestes cinco meses conseguiu manter um diálogo com a instituição, através de encontros on-line e vê na metodologia remota uma forma de proteção e prevenção quanto à Covid-19.
“O 糵desenvolveu inúmeras lives para que pudéssemos manter um contato mais direto e também houve reuniões nos atualizando sobre como será a adaptação em relação ao Ensino Remoto. Eu acredito que não seja fácil porque nossa presença em sala antes da pandemia era frequente nos dois turnos, mas entendo que será melhor assim, pois vamos aprender e nos proteger. Espero que todo o planejamento feito pelos docentes dê certo e que possamos dar continuidade ao calendário acadêmico, pois muitos alunos dependem unicamente do ensino que o instituto oferece”, diz.
Confiança também é a palavra de ordem do graduando em Engenharia Civil do 糵뷡âԳ, Henrique Rodrigues, para esse “novo início”. “Imagino que será algo bastante desafiador para ambas as partes (糵e aluno). Visto que é uma medida temporária que foi tomada, para minimizar os impactos da pandemia no que se refere ao âmbito acadêmico. Sendo assim, sigo confiante pelo fato de ver a instituição trabalhando de forma intensa para garantir a educação dos seus alunos. Sinto-me seguro por conhecer o quadro docente do instituto, que não deixará que nosso rendimento tenha um déficit”, fala Henrique.
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