Tecnologias digitais inovadoras serão adotadas no ensino remoto do IFS
Recursos tecnológicos usados pelos professores incluem games, programas de simulação de atividades em laboratórios e aplicativos de realidade virtual
Por Carole Ferreira da Cruz
O uso adequado de softwares e ferramentas como facilitadores do ensino remoto emergencial tem sido uma das prioridades do Instituto Federal de Sergipe (IFS). A estratégia adotada foi investir em capacitação para que professores, coordenadores de cursos e equipes de apoio possam estar aptos aos desafios que a nova modalidade educativa impõe e estimular apropriações inovadoras dos recursos tecnológicos com o objetivo de garantir a qualidade do aprendizado.
A criatividade, a inovação e o talento na utilização das tecnologias digitais para atrair o interesse do estudante, melhorar seu desempenho e fomentar o conhecimento vêm abrindo caminho para que o 糵construa expertise numa área que, até pouco tempo, estava distante das suas práticas pedagógicas. O ferramental a disposição dos professores inclui programas de simulação das práticas em laboratórios, aplicativos de realidade virtual, uso de games e demais opções lúdicas para estimular a aprendizagem.
Nos quase seis meses de suspensão do calendário acadêmico em função da crise sanitária mundial, foram ofertados inúmeros cursos com o apoio de instituições parceiras. A contribuição decisiva veio do Instituto Paramintas - referência nacional em ações socioeducativas aliadas à tecnologia -, que preparou os servidores do 糵para usar as ferramentas do G Suite For Education (Google Classroom, Google Meet e Google Drive, entre outros).
Além de vantagens como armazenamento ilimitado, facilidade em compartilhar documentos e corrigir tarefas, incentivo à colaboração e promoção da integração, os programas do G Suite podem ser associados às funcionalidades do Sistema Integrado de Gestão de Atividades (SIGAA) para o planejamento e a avaliação continuada. Os conhecimentos adquiridos nas capacitações vão possibilitar ainda a criação de videoaulas, assim como a realização de testes com respostas on-line e de videoconferências.
A professora do Campus Lagarto, Stephanie Kamarry, pretende adotar as ferramentas do G Suite para a gestão das turmas e, com o objetivo facilitar a comunicação e registrar as aulas, o WhatsApp e o SIGAA. “Essa formação que o 糵proporcionou foi muito completa e consegui abrir meu leque de conhecimento sobre as ferramentas do Google. Todas as minhas turmas já estão no Google Classroom e pretendo criar um ambiente virtual de aprendizagem, mas ainda estou investigando a ferramenta ideal”, informou.
Simuladores
Como alternativa às atividades práticas, Stephanie Kamarry vai trabalhar com dois recursos: simuladores de código aberto (gratuitos) com portabilidade para celular específicos para cada disciplina ministrada, a exemplo de robótica e eletrônica; e aplicativos para que os alunos vivenciem uma experiência de realidade virtual como se estivessem dentro do laboratório. A realidade aumentada integra as pesquisas que a professora desenvolve no Laboratório de Inovação e Criatividade (Labic) do Campus Lagarto.
O professor do Campus âԳ, Roberto Macena, também fará uso dos softwares de simulação gratuitos. “Os simuladores são muito utilizados nas aulas práticas, visto que ajudam a desenvolver o pensar lógico e familiarizam o aluno sobre o tipo de solução encontrada para as problemáticas que envolvem o curso. Com o ensino remoto, tivemos que adaptar nossas aulas e o uso dessa tecnologia será indispensável, pois permite visualizar as práticas em realidade virtual e aproxima os conteúdos abordados com a prática do dia a dia”, enfatizou.
De acordo com Roberto Macena, existem diversas possibilidades de simulação nas áreas de eletrotécnica e energias renováveis, que são sua especialidade. “As empresas já estavam no processo de desenvolvimento da tecnologia para o uso em laboratório e, com a pandemia, esse processo foi acelerado. Várias empresas, como Exsto, DeLorenzo, WEG, Shineider e Siemens e Festo, já possuíam simuladores disponíveis e desenvolveram novas possibilidades para o atual período”, explicou.
A aposta das disciplinas de informática para incrementar o ensino remoto tem sido a adoção de games e recursos tecnológicos lúdicos. O professor do Campus Tobias Barreto, Telmo Oliveira de Jesus, irá utilizar ferramentas como kahoot e mentimeter, testadas com bons resultados após a suspensão do calendário acadêmico, para promover competições entre os estudantes. “A gamificação na educação tem se tornado um elemento poderoso para tornar as aulas mais divertidas e atraentes”, destacou.
Segundo a professora do Campus âԳ, Jamille Silva Madureira, o kahoot gera um ranking com as pontuações dos estudantes que responderam as questões corretamente e no menor tempo possível. “É um site que o professor pode elaborar um quiz com o conteúdo da disciplina e enviar o link das perguntas para os alunos responderem. O próprio Kahoot corrige e dá a pontuação. Usei durante o acompanhamento remoto e eles gostaram, ficaram cobrando a divulgação do ranking”, contou.
As competições são desafiadoras e incentivam a auto superação. André Felipe, do curso de Edificações do Campus âԳ, embora nunca tenha estudando informática antes de ingressar no IFS, conseguiu acertar 100%das questões e viu nos jogos um caminho divertido para ampliar os conhecimentos na disciplina. “Achei bom por que a gente aprende sem se cansar muito e ainda por cima se diverte”, afirmou.
O 糵investiu R$ 1,5 milhão na compra de 3 mil tabletes para garantir as condições necessárias ao aprendizado dos estudantes em situação de vulnerabilidade social durante o ensino remoto emergencial. Mais da metade dos equipamentos (1905 unidades) já chegou e a outra remessa será entregue na próxima semana. A conectividade também está garantida: a partir deste mês começará a ser pago o Auxílio Emergencial de Inclusão Digital no valor de R$ 60, que permitirá o acesso à Internet e os estudos em casa.
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