糵regulamenta ensino remoto emergencial
Data de início será divulgada após compra de tablets e aquisição de internet para alunos em vulnerabilidade social, e capacitação dos professores.
Foi na segunda semana de março de 2020 que a população brasileira recebia uma notícia que abalaria profundamente sua estrutura e modo de vida: a covid-19, doença que já havia matado milhares de pessoas pelo mundo e até então estava controlada no país, já estava em contágio comunitário. A partir de então, estados e municípios decretaram quarentena, fechando escolas e atividades consideradas não essenciais. Seguindo as diretrizes governamentais e de órgãos de saúde, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) suspendeu seu calendário acadêmico em 17 de março, direcionando seus esforços para auxiliar no combate à pandemia, com produção e distribuição de materiais, pesquisas, arrecadação e distribuição de alimentos, entre outras ações.
O que era inicialmente pensado para durar alguns dias, se estendeu por meses. “Diante da falta de perspectiva de uma solução segura para o retorno presencial das aulas, como uma vacina ou uma cura, e para não deixar os nossos alunos mais defasados em relação ao conteúdo, passamos a buscar soluções para implementação de um ensino remoto. Mas a nossa maior preocupação sempre foi prezar qualidade do ensino ofertado e pela inclusão de todos estudantes, o que seria um desafio porque muitos estão em situação de vulnerabilidade e, por isso, não dispõem de recursos tecnológicos e/ou internet em casa”, ressalta Alysson Santos Barreto, Pró-reitor de Ensino do IFS.
Durante esses quase quatro meses, os alunos da instituição estavam sendo assistidos pelo atendimento remoto (em que são passadas revisões, sem inclusão de assunto novo). E a partir de então a reitoria se reuniu com diretores de campi, ouvindo também gerentes de ensino, pedagogos e técnicos para a construção, em 60 dias, de um regulamento construído de maneira democrática e que atendesse aos desafios do ensino remoto em uma instituição pública de ensino. Após analisar todas as mais de 200 páginas de contribuições, se chegou ao Regulamento de Ensino Remoto Emergencial, que já passou por consulta do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CEPE) e do Colégio de Dirigentes, e, no dia 13 de julho, foi aprovado pelo Conselho Superior. Sendo que a resolução que formaliza o ato (nº 28/2020) foi publicada no dia 14 de julho.
Diretrizes
Com o regulamento publicado, o pró-reitor de Ensino explica que será realizada uma análise das disciplinas de cada curso – previstas em seus projetos pedagógicos. “É necessário verificar quais delas podemos trabalhar de forma remota. Por isso, o regulamento apresenta um capítulo somente sobre essa etapa do planejamento, envolvendo as coordenadorias dos cursos técnicos, e os colegiados dos cursos de graduação e pós-graduação”, explica Alysson Barreto. Ele ressalta que, para o ensino remoto funcionar bem, é necessária a articulação entre professores, profissionais das equipes multidisciplinares (pedagogos, psicólogos, técnicos em assuntos educacionais e assistentes sociais), toda a equipe de gestão de ensino, as diretorias dos campi, com o apoio da Reitoria e da Pró-reitoria de Ensino.
Outro ponto inserido no regulamento após estudos e discussões foi o estabelecer ferramentas tecnológicas para proporcionar uma utilização acessível a alunos e professores. “Tomamos muito cuidado com a questão da sobrecarga de atividades para os discentes e deixamos o regulamento o mais flexível o possível para que as atividades possam continuar com menos prejuízos para os estudantes”, pondera Alysson Barreto.
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Sabendo das diferenças socioeconômicas que existem no corpo estudantil da instituição, a equipe que elaborou o regulamento e está planejando o ensino remoto analisou maneiras de incluir os alunos em situação de vulnerabilidade social, que não possuem equipamentos nem internet em casa. A solução encontrada foi adquirir tablets e contratar internet para que os estudantes que não possuem essas tecnologias possam acompanhar o ensino remoto.
“Já estamos comprando os tablets e em fase de contratação da internet patrocinada para que eles possam usar internet em suas casas. Nos casos em que não chegue sinal de internet onde o aluno reside, vamos disponibilizar materiais impressos. Além disso, estamos colocando a disposição uma central telefônica para que os estudantes possam ligar e pedir para tirar dúvidas, sendo que a chamada poderá ser realizada mesmo que ele não tenha crédito no celular”, pontua o pró-reitor de Ensino.
Qualificação dos professores
Ensinar no ambiente virtual requer um processo diferente da sala de aula convencional, pois é preciso prender a atenção do aluno e usar recursos que a maior parte dos profissionais não está acostumada. Por isso, o 糵disponibilizou 350 vagas no curso de formação em educação à distância em parceria com Instituto Federal do Rio Grande do Norte, que ocorreu entre maio e junho.
“Nesse momento, os docentes estão se capacitando nas ferramentas do GSuite For Education, que são oferecidas pelo Google (conhecidas como Google Sala de Aula), para que eles possam tirar o melhor proveito desse que será o principal ambiente de aprendizagem durante esse período de isolamento social”, explica Alysson Barreto. O pró-reitor de Ensino do 糵explica ainda que a instituição está estruturando uma página na internet com conteúdo de suporte para atividades dos professores, e para que os alunos e seus familiares tenham orientações quanto à organização de estudos e como utilizar as ferramentas tecnológicas, com cartilhas, vídeos e outros materiais.
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Nesse momento, as equipes do IFS estão trabalhando na reestruturação do calendário acadêmico e na inclusão tecnológica dos alunos. “Somente divulgaremos uma data de início do ensino remoto e retomada do calendário acadêmico quando já estivermos com o contrato assinado da internet patrocinada e com a chegada dos tablets, para que todos os alunos possam acompanhar as atividades. Enquanto isso, os professores estão se capacitando e realizando seus planejamentos. Há uma perspectiva do Campus Itabaiana ser o primeiro a implementar o ensino remoto porque eles apresentam 30 dias de diferença no calendário com relação aos demais”, finaliza o pró-reitor de Ensino, Alysson Barreto.
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