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Campus Lagarto celebra 25 anos de contribuição para a sociedade sergipana

Escrito por CESAR DE OLIVEIRA SANTOS | Publicado: Sábado, 30 de Mai de 2020, 09h24

A chegada da instituição à cidade em 1995 representou um marco para região centro-sul do estado

Em maio de 1995, a cidade de Lagarto se tornava o primeiro município do interior do estado a receber um polo da então Escola Técnica Federal de Sergipe. A Convite de formatura de Verônicaimplantação era reflexo de um esforço do governo federal para expandir a formação profissional e tecnológica pelo país, a partir de uma discussão sobre o mundo do trabalho e as aprendizagens necessárias para o exercício pleno da cidadania. Lá se vão 25 anos e olhar para trás é reconhecer-se no que mudou, já que mudanças são inevitáveis e necessárias, mas também no que permanece, pois existe uma essência que não se altera com escorrer das horas.

Inicialmente, a Unidade de Ensino Descentralizada (UNED), como foi chamada por muito tempo, contava apenas com três cursos técnicos: Construção Civil, Eletromecânica e Informática Industrial. Apesar das alterações nos nomes de alguns desses cursos, esses três eixos se mantêm até hoje, mas com a oferta também de cursos superiores. Por falar em mudança de nome, a própria instituição teve a denominação modificada, uma vez que, a partir de 2009, devido à reformulação na lei que rege a Rede Federal de Educação Profissional, o então Centro Federal de Educação Tecnológica se transformou no Instituto Federal de Sergipe, do qual a UNED passou a ser um campus.

Verônica RabeloO professor Victor Sobania viu de perto cada uma dessas mudanças. Paranaense graduado em Engenharia Cartográfica, ele veio para Lagarto a serviço de uma empresa de aerolevantamentos. Por coincidência, na mesma época, foi lançado o primeiro concurso que selecionaria os servidores pioneiros da UNED. Resultado: Victor participou da seleção e está em Lagarto até hoje. Ele conta que, como em todo início, houve dificuldades de implantação, a exemplo do atraso na nomeação dos docentes, o que acabou adiando por alguns meses o início do ano letivo. No entanto, embora já tivesse experiência na área técnica e na docência, Victor comenta que ingressar na instituição lhe permitiu crescer em todos os âmbitos de sua vida.

A mesma transformação ocorreu com Verônica Rabelo, egressa da primeira turma de Construção Civil. Há 17 anos trabalhando em uma empresa de engenharia de Aracaju, ela deve à formação obtida na UNED muitas das conquistas de sua vida. “Mesmo com as dificuldades de uma escola iniciando seus trabalhos, obtive grande aprendizado técnico e crescimento pessoal, até porque sigo no caminho que iniciei aí e guardo com muita gratidão todas as experiências vividas”, declarou a ex-aluna ao relembrar nomes de alguns professores e constatar como o tempo passou rápido.

Um marco na história da cidade e na vida das pessoas

A chegada da UNED a Lagarto potencializou o setor produtivo da região centro-sul do estado e introduziu a oferta de educação profissional e tecnológica de Victor Sobâniaqualidade social. O professor Victor Sobania, que acompanhou todo esse processo, não hesita ao afirmar: “A instituição foi um divisor de águas na educação lagartense. Muitos alunos, após concluírem o curso, adquiriram independência pessoal e financeira. Alguns deles, inclusive, retornaram à instituição como professores e técnicos administrativos”, pontuou.

O professor Marcos Oliveira é um desses casos. Ele concluiu o curso técnico em Eletromecânica em 2000 e, em 2005, voltou à instituição no cargo de Assistente de Laboratório. Nesse meio-tempo, cursou também Engenharia Elétrica em uma faculdade de Aracaju e algumas especializações. Tudo isso para, em 2012, prestar um novo concurso e assumir o cargo de professor na área de eletricidade. “O Campus Lagarto é a minha segunda casa. Sou imensamente grato por tudo o que ele me proporcionou profissionalmente”, declarou.

Marcos OliveiraUm dos cursos em que o professor Marcos Oliveira dá aulas é o de Tecnologia em Automação Industrial, que foi o primeiro passo do 糵- Campus Lagarto em direção à oferta de cursos de graduação. O ex-aluno Vinicius Carvalho, por exemplo, cursou Eletromecânica durante os anos da transição de UNED para 糵e resolveu permanecer na instituição, ingressando, em 2009, no curso de Automação Industrial.

Ele destaca que já naquela época o 糵o estimulou a mergulhar no universo da pesquisa acadêmica. “Desde o início do curso, pude participar de grupo de pesquisa e projetos de iniciação científica, os quais me estimulavam a pesquisar e desenvolver soluções extracurriculares”, ressaltou Vinicius, que, ao concluir o tecnólogo, ingressou no mestrado em Engenharia Mecatrônica da Universidade Federal da Bahia e hoje trabalha na maior termoelétrica da América Latina, sediada na Barra dos Coqueiros.Vinicius

Outro ponto para o qual Vinicius chama a atenção quando lembra de sua experiência de ensino médio técnico é a independência que a escola dá aos alunos, o que contribui para o amadurecimento pessoal deles. Por sinal, essa é a mesma opinião de Railan Xisto, egresso das primeiras turmas do ensino técnico integrado da instituição. “Acredito que o ambiente do 糵é uma boa preparação para a universidade e para a vida devido à ‘liberdade’ que é dada ao estudante para lidar com escolhas e consequências”, ressaltou Railan.

Railan XistoSegundo ele, foi a infraestrutura da UNED que chamou sua atenção e o fez prestar o processo seletivo para o curso de Programação e Suporte em Sistemas Computacionais. Na época, o curso, que congregava ensino médio e técnico, tinha duração de quatro anos, formato que gerava incerteza nos alunos que queriam fazer o então vestibular seriado da Universidade Federal de Sergipe. “Optei por continuar na instituição e considero que valeu muito a pena, pois saí do curso com um emprego e já consegui ingressar de imediato na graduação em Ciência da Computação”, argumenta Railan, que hoje é Engenheiro de Software de uma empresa nacional.

Como se vê, as histórias são muitas, os modelos e níveis de ensino variam, mas uma constante se mantém: o potencial transformador do 糵- Campus Lagarto. O atual diretor da instituição, professor José Osman dos Santos, fala que esses 25 anos de história se confundem com a vida de muitas pessoas que trabalharam e trabalham duro para essa grande engrenagem funcionar. “É preciso parabenizar todos os servidores, estudantes e colaboradores, os quais têm contribuído com vigor, objetividade e denodo para a consolidação do Campus Lagarto como centro de excelência e irradiador de políticas inovadores de ensino, pesquisa e extensão”, concluiu o diretor, que chegou à instituição em 2007.

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